
- O que você
tem? Não é muito de ficar assim perdida em pensamentos.
- Não é nada, só estou com sono.
- Serio que depois de tanto tempo vai começar a
mentir?
- Mentir mentiria se falasse que não quero soltar
seu cabelo – Soltei o cabelo dele e o beijei.
- Agora fala o que era que estava fazendo você
pensar tão longe.
- Você me deixa longe.
- Sabia que você é péssima em mentiras? Que nunca
poderia ser uma atriz ou algo parecido? Você não sabe fingir algo, você é
sincera demais pra isso. E agora, por favor, me fala o que é.
- Não quero falar disso.
- Por favor...
- Não...
- Me fala. Sabe que uma das coisas que detesto é
ser enrolado, por maior que a bobagem for me fala.
- Lembra quando a gente se conheceu? Você nem
cogitava a hipótese de ter em mim mais que uma maluca que te beijou a força,
muito menos ser casado com ela.
- Não somos casados.
- Não?
- Não. Você é apenas minha garota que dorme aqui há
alguns dias, e que tem sua casa, sua vida.
- Sua garota, então nem sua namorada eu sou?
- Claro que não. Que eu lembre nem te pedi.
- Sabia que estou aqui sendo sua garota que acorda
e dorme com você há mais de quatro meses?
- Isso classifica casamento?
- Não, claro que não. Vou tomar banho.
- Para, espera ai. A gente tá conversando.
- Tenho aula daqui a pouco.
- São seis horas.
- É, mas eu tenho que me arrumar.
- Mesmo assim, se bem te conheço você faz isso
rápido.
- Tenho que fazer café e tenho que sair antes das
sete.
Levantei, peguei a almofada que estava no chão e já
estava seguindo pro quarto quando ele me segurou pelo braço. Me olhou serio do
modo que ele só olha quando eu ajo como criança.
- A gente ainda vai conversar, não é?
- Preciso tomar banho.
- Vou com você.
- Não.
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