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terça-feira, 11 de março de 2014

ღ Capítulo 7 ღ

Quando em fim me desliguei da viagem que fazia Savana me olhando fixamente e notei que a minha história tinha a tocado. Ninguém além de Lia sabia pelo que tinha passado e naquele momento eu tinha acabado de relatar tudo pra ela, e ela não disse nada. E era o que realmente queria, o silencio era essencial naquela hora, se ela me abraçasse ou fizesse qualquer outra coisa eu iria levar para o lado que ela teve pena de mim, mas só em me escutar ela fez tudo o que eu precisava.
- Você quer sair comigo? – ela perguntou com um timbre de voz marcante, firme.
- Quero sim, vamos.
Saímos e eu sabia que algumas perguntas cercavam ela, e de alguma forma elas tinham que ser respondia. Chegamos numa cafeteria e ela se alegrou em tomar alguma coisa quente, o frio estava realmente muito forte. Sentei numa mesa de canto e ela sentou a minha frente. Ficou me encarando e eu sorri.
- Pergunte, Baby.
- Não. – Ela disse brincando com o copo.
- Vai logo, eu sei que você está cheia de perguntas pra fazer. Não gosto de rodeios, se houverem perguntas que não queira responder, eu não responderei, mas pergunte.
- Pra onde seus foram, o que eles fazem que viajam tanto?
- Club de Motocross. Espíritos aventureiros e livres.
- Vamos visitar seu tio por esses dias?
- Eu sim, você não.
- Por quê?
- Vai fazer o que lá?
- Conhece-lo.
- Quem sabe eu te leve? – Ela se animou de imediato. - Agora toma seu chocolate.
- Eu tenho um irmão mais velho, Steve. Meu pai é fotografo e minha mãe escritora. – Como ela tinha me escutado resolvi a escutar também, apesar do pouco interesse. – Meu irmão é casado com uma francesa e mora lá, contra vontade de todo mundo. Minha família é bem grande. Meus pais moram Miame, moro aqui com a Rebeca desde que comecei a faculdade.
- O que sua mãe tem? – Lembrei sobre o assuntou falado na noite anterior.
- Ah, problemas de respiração. Alguma coisa com os pulmões.
- Ela fuma? – Perguntei de forma sarcástica.
- Nunca fumou. – Ela nem notou meu sarcasmo.
- Ainda bem, assim ninguém nunca poderia culpar meu cigarro se eu adoecesse de pulmão.
- O que tem a ver, Dave?
- Nada, só estou falando. Foi um elogia ao cigarro, cigarro não faz mal.
- Então fume.
- Fumarei, sim.
- Vou visitar minha mãe por esses dias, vamos comigo?
- Não. – respondi comendo meus waffles.
- Mas por quê?
- Porque não estarei afim. Sua mãe, sua casa, sua viagem.
- Nossa, nem sei bem porque te pedi pra ir comigo.
- Eu menos ainda, já imaginaria a resposta.
Uma coisa que eu realmente gostava nela era ela nunca se importar com o que eu falava. Do modo que falava. O que geralmente era um problema nas minhas conversas. Ela apenas me olha levantando a sobrancelha, mas logo dava de ombros.
A deixei em casa no inicio da noite e voltei pra casa, ela não tinha se sentido bem no fim da tarde e disse que queria ir embora.
Passamos quase todas as tardes juntos naqueles dias até a noite dos preparativos de ano novo, ela decidiu passar réveillon com os pais. Eu iria ficar sozinho, como sempre, já que não desejava a companhia de ninguém.
Era perto de meia noite quando sentei no chão da varanda e fiquei olhando a rua, estava bastante movimentada, era legal de ver mas era fora de cogitação está ali. Assim que marcou meia noite e os fogos começaram a brilhar no céu eu fechei a jaqueta e fiquei admirando.  Mas senti algo que me arrancou um sorriso que a tempos eu não dava. As mãos dela me seguraram por trás e ela fez com que meu corpo deitasse no colo dela. Ela nos envolveu com uma manta e me surpreendeu com um beijo no rosto e uma frase que me confortou egoistamente.

- Eu não poderia estar em outro lugar que não fosse ao seu lado neste momento.

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